domingo, 2 de fevereiro de 2025

DEMASIADO DESPERTAR

O sino da meia-noite sugere a hora de dormir,

Mas Cinderela insiste em ficar,

Esperar, 

Nada de partir.

Sonha em ser a mulher dos teus desejos,

De encher-se-te de beijos, 

Desnudar-se-te,

Entregar-se-te,

Gozar de ti e em ti,

Na dança do desejo te conduzir,

Consumir-se de ti.


Orgasmos!?

Não, marasmos.

Pobre carente Cinderela...

As badaladas assustam, atordoam.

Mas amanhã se trabalha, 

Vem a batalha.

O leito vos espera,

Para uma aconchegante noite quente,

Sob lençóis límpidos e calmos,

Na primavera.


Amanhã quem sabe, menina, 

Vem o príncipe-anjo,

Com o outro sapatinho de cristal,

A teu nome ulular

E possa-se, enfim, praticar,

A dança dos corpos errantes.

                                                                         

02-04-2019

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