domingo, 9 de março de 2025

Próximo passo


Espectros de nós,

Sintomáticos,

Polissomáticos,

Psicossomáticos,

Estereótipáticos,

Rizomáticos,

Microscópicos,

Impermeáveis...

Vou esquecer um pouco de você,

Lembrar mais de mim,

Poder ser assim?

Te deixo ir,

Ficarei por aqui 

Com nossas doces lembranças 

E aquilo que me deixou de melhor.

Seguirei a vida

Procurando saídas 

Curando feridas

Me redescobrindo 

Me regenerando

Me reanimando 

Me reconectando

Com o meu eu mais profundo.

Vou sair por aí, pelo mundo...

terça-feira, 4 de março de 2025

Bem-me-quer

Bem-me-quer um bem danado,

Bem-te-vi,

Cavalo alado.

Sorri,

Elefante branco,

Estampado nas profundezas

Dos olhares vívidos,

Ávidos,

Sedentos,

Cálidos.

Véu de renda que atravessa a ponte,

Caminha à fonte dos prazeres,

Por misteriosos montes...

E visita o indesejado mausoléu das desilusões.

Enfim... Chegada à caverna labiríntica.

Receita diária de cada dia.

17-09-2010

De repente, a vida

Sentes?

O silêncio ao invés do caos...

A constelação que se rearranja.

A surpresa do inesperado.

O movimento de naus 

[que vão e que vêm].

A serenidade no lugar do medo. 

Da escassez da inspiração,

Gotas de emoção serenizam a dor.

Na revelação de novos mundos,

A poesia se transmuta em esperança...

Vês? 

A dança de novos ares,

De corpos errantes entre mares.

É o amor glacial que pulsa,

Nas veias de icebergs.

Vibra Pacífico no frio

Do vasto leito oceânico,

Que se eterniza ao se dissolver

No Atlântico tropical

E em suas paisagens líricas,

Oníricas,

Enigmáticas.

Onde moram os empíricos saberes,

Curandeiros de feridas.

E numa viagem contínua,

Pelos confins do mundo,

Um sussurro ancestral

Se faz ouvir...

Enquanto vaga pelo Mediterrâneo profundo,

E pelo mar que nunca foi morto.

Antes, navio adormecido no porto.

Hoje, ancorado na mais viva 

Vontade de sentir a vida que vibra

De novo. 

Prontos para a partida...

E a viagem (re)começa. 


17-09-2010

sábado, 1 de março de 2025

Viver sem você

Agora só há silêncio,

Jaz a ansiedade

Da pressão pelo desejo,

Só o vazio...

Meio coração...

Saudade.

Talvez a condição justa,

O estado ideal.

O ruído se foi com você, 

Contudo, é difícil desfrutar a vida sem a sua presença.

Quem sabe encontrarei sentido 

Em outros abraços, 

Beijos,

Quem sabe ainda haja desejo,

Quem sabe ainda haja sonhos,

Ou mesmo desilusões.

É difícil respirar sem você por perto,

Você está no tempero da comida que faço, 

No mercado,

Na feira livre,

Em meu porta-retrato (ainda),

Na decoração da cozinha e do meu quarto,

No cheiro da cama, mesa e banho,

Nos meus projetos,

Nas lágrimas que ainda encontram forças para gotejar.

Ressurgir: poema inacabado

 Um fio com caixas, 

Medos e dores,

Sem segredos...

[Espalhados por todos os lados]


A lágrima não cai,

A dor não se esvai,

Permanece aqui, congelada,

Mas viva, 

Não se desfaz.

Embora agora melhor do que foi.

A fênix renasce da China,

Em meio ao caos, cinzas.

Readaptar-se a si mesma,

Dias doloridos,

Dias mais brandos...

Maltrapilhos...

Ainda me sinto perdida, 

Uma horas dessas me encontro,

Me reencontro,

Me desencontro de novo,

Mas saberei como voltar.

Estou com as rédeas,

Com as regras,

E com a solidão.


Um dia, dois dias,

Sessenta dias sem você,

Sem o seu abraço quente,

Seu sorriso envolvente...

Sem tudo aquilo que 

em você é sexy:

Seu sinal no canto da boca,

Sua mordida de lábios,

Sua anatomia,

Seu cheiro,

Seus cabelos que já não existem...