sexta-feira, 18 de abril de 2025

Sobre corpos, corpas, corpes

O Corpo: templo sagrado 

Do profano,

Do reverso,

Do inverso,

Desconexo.

Desalmado.


Corpo-semente.

Um fardo, 

Uma pluma,

Um lugar de distração,

Da fatal atração,

Do toque de línguas maledicentes,

Beijos entorpecentes,

Entre falas eloquentes.


Corpo-a(gente).

Território de transposição,

Do sim e do não,

Disforme,

Enforme,

Trans(forme)!

Disputa do inconsciente,

Entre ser (plenamente) e razão.


Inconsequente (mente).

Incoerente (mente).

Inconstante (mente).

Irreverente (mente).

Inebriante (mente).


Corpo-vida

Que fala,

Que vibra, 

Que ri,

Que embala,

Que grita e se contorce

De prazer, 

De raiva,

De sentir.

O corpo sedento exige:

Que se faça jus ao existir.


Corpo-fluxo.

Que seduz, 

No claro ou no escuro,

Que imita,

Se agita, 

Que gritaaaa,

Que corre,

Que dança,

Balança,

Que vibra,

Que pulsa,

Ulula, 

Que dói,

 Que dor!


Corpo-contradição,

(Maledizione)

Que rompe segredos incrustados,

De ódio ou de amor,

Dilacera medos,

Desafia o tempo,

(Tradimento)

Se desloca em seu próprio enredo,

Desemboca em clamor.


O corpo sem corpo 

É só mente

Que mente,

Ilusão,

Vazio. 

Só vontade do toque ausente.

Apenas saudade do berço potente

Da materialidade que nasce da imaginação.

Simplesmente, é contracepção.

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