terça-feira, 25 de novembro de 2025

LA MIA PRIMA PRIMAVERA

Numa primeira, primata, doce, 

Selvagem primavera

Eis a bússola, às avessas, que me desorienta, 

Que me faz perder a estrada, o norte,

Que me rouba também o sul, o leste, o oeste,

Talvez a sorte, talvez mais,

Nem ao menos sei onde estão os pontos cardeais...

Eis o catavento que me cativa e me tira a paz, 

E que me traz a paz, e me traz também a guerra,

Eis o meu jardim colorido, perfumado,    

Banhado por uma nuvem passageira, embriagada, 

De amor, ódio, prazer, alegria e dor,

Tal como a confusa primavera,

Chuva, sol, frio e sereno 

Anunciam o calor do verão...

Eis o beija-flor cujos lábios 

Me fazem acordar de um sonho profundo.

E as pétalas da margarida 

Sofrem mais uma metamorfose,

Antes, lagarta, agora, borboleta...

É o próprio Vesúvio a despertar, 

Ressurgindo com suas lavas quentes, ardentes, 

Para queimar a pele e o coração.


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