Numa primeira, primata, doce,
Selvagem primavera
Eis a bússola, às avessas, que me desorienta,
Que me faz perder a estrada, o norte,
Que me rouba também o sul, o leste, o oeste,
Talvez a sorte, talvez mais,
Nem ao menos sei onde estão os pontos cardeais...
Eis o catavento que me cativa e me tira a paz,
E que me traz a paz, e me traz também a guerra,
Eis o meu jardim colorido, perfumado,
Banhado por uma nuvem passageira, embriagada,
De amor, ódio, prazer, alegria e dor,
Tal como a confusa primavera,
Chuva, sol, frio e sereno
Anunciam o calor do verão...
Eis o beija-flor cujos lábios
Me fazem acordar de um sonho profundo.
E as pétalas da margarida
Sofrem mais uma metamorfose,
Antes, lagarta, agora, borboleta...
É o próprio Vesúvio a despertar,
Ressurgindo com suas lavas quentes, ardentes,
Para queimar a pele e o coração.
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