quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

VIA SACRA

Primeira estação 

Forças se esvaem..

Sonhos vêm, vão, varrem...

Varremos roupas, cama, mesa e banho,

In locus, nullus locus,

Andarilhos...


Segunda estação 

Varamos a madrugada pelos cantos...

Choramos mais que o chuveiro em prantos.

Pratos?

Não nos servem mais,

Só incerteza... 

Imploramos por paz!

Divagamos, devagarmente...

Normais? 


Terceira estação 

A- m - o - r.

D-e-s-a-m-o-r.

Cara ou coroa.


Há caos, há dissabor, há dor...

Impermanência,

Amargura em flor.

Uma margarida murcha,

Esdrúxula,

Uma flor sem pétalas e caules... 

Sem raiz,

Nascem espinhos no ninho...


Quarta estação 

Centro de gravidade descentralizado,

Hormônios desarmonizados,

Tic-tac do tempo...

Toc-toc da porta...

Pressão por decisão...

Razão? 


Os dias são longos,

Entorpecentes... 

Sem noites de descanso,

Calmantes em meio a tormentas.

Dormentes...

Corpo e mente... zonzos, doentes.

Quem cala consente?


Quinta estação 

Cada parada, um pranto...

Santa Via Sacra, segue lenta, lentamente.

Folhas secas, cinzentas...

Amargura que se sustenta...

Queda de braço interior:

Desejo de ir, ímpeto de ficar...

Por amor?

Por vício?

Dependência?

Carência?

Fôlego curto, 

Aguenta! 

Cabeça e coração implodem.

Para onde ir?

Qual a próxima estação?

10/09/2024

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