quarta-feira, 7 de maio de 2014

SERENA SEREIA - AUTOBIOGRAFIA

De repente, um dia,
A dor da perda estende os braços,
Promete aconchego.
Tem o canto dissimulado de sereia.

Sereia Serena, comum segredo.
Mas Serena Sereia não passa dum pássaro cruel,
Que resolve pousar,
Retorna num verão qualquer,
Transformando a vida
Num inverno escuro e deprimente.

É uma atriz perspicaz,
Cada vez que retorna,
Usa uma máscara,
Uma mutação, 
Um agente que faz doer de forma diferente,
Uma águia impiedosa,
Que devora a serpente.

É como gripe,
Que nunca se contrai a mesma.
E a cada abalo,
O corpo cria um mecanismo de defesa,
Para atenuar o vírus específico.

É uma dor que nenhum coração tem imunidade.
Cada vez que vem,
Faz sofrer como se fosse a primeira.
Essa tal dor sempre dói.

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