A vida passa,
Caminha adiante,
O bonde para,
Siga, suba, “davanti”!
Lá adiante tem outra estação,
Mais uma "fermata",
Parada solicitada,
Estação Brás, Luz,
Corre, corre,
Gente, gente,
Retrô,
Muitas vidas, metrô,
Muitos pés, muitas lutas.
Anas, Josés e Marias querem entrar,
O difícil é voltar.
Pedros, Franciscos e Isabéis
Cabeças, mãos e pés,
Dissolvidos no anonimato, razão.
Não, para maquinista!
Eles querem entrar.
Tic-tac-toc-toc, respiração,
Os perfumes se confundem.
Sinta!
Estão no ar... Azzaro, Armani,
Dior, Avon, suor...
Agora tudo: um cheiro só,
Dez, nove, oito, sete, seis...
Num piscar, eu sei.
Fecham-se as portas.
Cinco, quatro, três, dois, um,
Tum!!!!!!
Quem saiu, saiu.
Feliz ou infeliz de quem entrou,
E ocupou o vazio daqueles vagões,
A qualquer hora pode haver surpresas,
Mistério entre mundos,
Filosofia vã.
Sentar-se no divã talvez seja a melhor saída.
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